Bom dia. Tudo bem?
Sabe aqueles dias em que você acorda com uma sensação estranha no peito? Depois de uma bela noite de sono com direito a príncipe encantado? Haha então... Hoje acordei assim, sentindo uma coisa estranha, uma sensação perturbadora... O problema é que o "sonho" não passa disso e mexeu com meu psicológico mais uma vez! Então... viajando pela internet nos raros momentos de paz do escritório li um texto sobre "Casos Inacabados" que parece ter sido escrito exatamente pra mim. Apesar de doer ler isso tudo, é a mais pura realidade!
Queria compartilhar com vocês, quem sabe alguém possa sentir a mesma coisa que eu e se encontrar nestas linhas!
Casos Inacabados - Ivan Martins
"Tem gente que vai ficando na nossa vida. A gente conhece, se envolve,
termina, mas não coloca um ponto final. De alguma forma a coisa segue.
Às vezes, na forma de um saudosismo cheio de desejo, uma intimidade que
fica a milímetros de virar sexo. Em outras, como sexo mesmo, refeição
completa que mata a fome mas não satisfaz, e ainda pode causar dor de
barriga. Eu chamo isso de caso inacabado.
Minha impressão é que todo mundo tem ou teve alguma coisa assim na
vida. Talvez seja inevitável, uma vez que nem todas as relações terminam
com o total esgotamento emocional. Na maior parte das vezes, temos
dúvida, temos afeto, temos tesão, mas as coisas, ainda assim, acabam.
Porque o outro não quer. Porque os santos não batem. Porque uma terceira
pessoa aparece e tumultua tudo. Mas o encerramento do namoro (ou
equivalente) não elimina os sentimentos. Eles continuam lá, e podem se
tornar um caso inacabado.
Isso às vezes acontece por fraqueza ou comodismo. Você sabe que não
está mais apaixonado, mas a pessoa está lá, dando sopa, e você está
carente... Fica fácil telefonar e fazer um reatamento provisório. Se os
dois estiverem na mesma vibração – ou seja, desapaixonados – menos mal.
Mas em geral não é isso.
Quase sempre nesse tipo de arranjo tem alguém apaixonado (ou pelo
menos, dedicado) e outro alguém que está menos aí. A relação fica
desigual. De um lado, há uma pessoa cheia de esperança no presente. Do
outro, alguém com o corpo aqui, mas a cabeça no futuro, esperando,
espiando, a fim de algo melhor.
Claro, não é preciso ser psicólogo para perceber que mesmo nesses
arranjos desequilibrados a pessoa que não ama também está enredada. De
alguma forma ela não consegue sair. Pode ser que apenas um dos dois faça
gestos apaixonados e se mostre vulnerável, mas continua havendo dois na
relação. Talvez a pessoa mais frágil seja, afinal, a mais forte nesse
tipo de caso. Pelo menos ela sabe o que está fazendo ali.
A minha observação sugere, porém, que boa parte dos casos inacabados
não contém sexo. A pessoa sai da sua cama, sai até da sua vida, mas
continua ocupando um espaço na sua cabeça. Você pode apenas sonhar com
ela, pode falar por telefone uma vez por mês ou trocar emails todos os
dias. De alguma forma, a história não acabou. A castidade existe, mas
ela é apenas aparente. Na vida emocional, dentro de nós, a pessoa ainda
ocupa um espaço erótico e afetivo inconfessável.
Esse tipo de caso inacabado é horrível. Ele atrapalha a evolução da
vida. Com uma pendência dessas, a gente não avança. Você encontra gente
legal, mas não se vincula porque sua cabeça está presa lá atrás. Ou você
se envolve, mas esconde do novo amor uma área secreta na qual só cabem
você e o caso inacabado. A coisa vira uma traição subjetiva. Não tem
sexo, não tem aperto de mãos no escuro, mas tem uma intimidade tão densa
que exclui o outro – e emocionalmente pode ser mais séria que uma
trepada. Ainda que seja mera fantasia.
A rigor, a gente pode entrar numa dessas com gente que nunca namorou.
Basta às vezes o convívio, uma transa, meia transa, e lá está você,
fisgado por alguém com quem nunca dormiu – mas de quem, subjetivamente,
não consegue se esquivar. Telefona, cerca, convida. Estabelece com a
pessoa uma relação que gira em torno do desejo insatisfeito, do afeto
não retribuído. Vira um caso inacabado que nunca teve início, mas que,
nem por isso, chega ao fim. Um saco..."
Época - Ivan Martins
...
Então meus amores, é isso... um texto que mexe com nossas estruturas, joga na cara tudo que pensamos mais não falamos!
Doi pensar, doi lembrar, mais casos inacabados, doem mesmo!
Espero que gostem.
Beijinhos :*
Muito bom texto, minha cara! Uns seguem e outros param no tempo de cara, eu sou a segunda ,estou de cara!
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