Hi guys!
Essa é a minha primeira postagem do ano e é novamente sobre um livro que superou as minhas expectativas, que causou um impacto absurdo, pois, depois de terminá-lo há mais de duas semanas... Eu ainda penso no Kevin com muita frequência.
Sinopse: Kevin Khatchadourian, 16 anos, é autor de uma chacina na qual matou sete colegas, uma professora e um servente num colégio dos EUA. Neste livro, a autora fez um thriller psicanalítico em que a mãe do assassino escreve cartas ao pai ausente. Discute casamento, maternidade e família, enquanto denuncia o que há com sociedades contemporâneas que produzem assassinos mirins em série, ou ‘pitboys’. Um thriller psicanalítico no qual não se indaga quem matou, mas o que morreu. Enquanto tenta encontrar respostas para o tradicional "onde foi que eu errei?" a narradora desnuda, assombrada, uma outra interdição atávica: é possível odiarmos nossos filhos?
Imagem do filme "Precisamos Falar Sobre o Kevin".
Pra ler esse livro tem que estar muito preparado psicologicamente, pois a verdade que é dita/escrita de forma nua e crua a cada página, é capaz de deixar qualquer pessoa de cabelo em pé. De fato é uma leitura extremamente pesada - que me obrigou a parar pra respirar algumas vezes, com algumas palavras que não costumamos ouvir em nosso dia-a-dia, mas nada que atrapalhe na interpretação. Admito que na hora que vi que o livro inteiro era escrito como cartas de Eva (mãe do Kevin) para o marido, me desanimou por completo e mesmo que tenha dado vontade de desistir, iniciei a leitura me apegando a curiosidade que senti para saber mais do Kevin e sobre a quinta-feira. Portanto as cartas sempre possuem algo que acontece com a Eva no presente e as lembranças da mesma, que são por meio delas que a narradora tenta entender o porquê o filho fez o que fez. Além de se sentir culpada o tempo inteiro.
Desde o início Eva Khatchadourian mostra ser uma mulher realista, sincera e bem prática, jamais cogitou haver espaço para filhos em sua vida, principalmente sabendo que atrapalharia o seu trabalho de fazer guias de viagem para pessoas com poucos dólares no bolso. Sua relação com Franklin sempre estivera as mil maravilhas e os guias que fazia também, porém ela - como disse ao marido - gostaria de virar a página. Realmente a Eva achou que ter um filho era a resposta para a Grande Questão. Bem... As coisas não saíram como ela esperava. Nem durante ou depois da gravidez o milagre da maternidade aparecera.
Na verdade só piorou, porque o Franklin passou a ver só o lado do filho, colocando-o em um pedestal o tempo inteiro, enquanto a Eva foi deixada de lado e além de ser rotulada como praticamente uma louca, por desconfiar das ações do filho desde mais novo.
A narradora pode não ter desejado o filho quando ainda estava na gestação, mas a partir do momento em que o menino nascera ela tentou ser uma boa mãe e amar de verdade o seu filho, só que o Kevin - desde bebê - sempre aparentou não estar interessado no esforço da mulher que lhe gerou.
Imagem do filme "Precisamos Falar Sobre o Kevin".
Está aí o personagem que desmente as teorias de que todas as pessoas que matam ou estupram já sofreram algum tipo de trauma, o que os influenciam na hora de descontar sua raiva nas vítimas. Existem casos de jovens que cresceram em um lar onde tiveram tudo... Que massacres acontecem por que eles querem e não por negligência dos pais.
As vezes as pessoas apenas nascem más e ponto!
E o que falar de Kevin Khatchadourian? Ele nunca, jamais, foi um menino normal. Desde criança era independente e suas "travessuras" eram perfeitamente planejadas com o único objetivo de fazer sua mãe parecer ainda mais insana pelo ponto de vista do seu paparicador e ingênuo pai. Com uma inteligência fora do comum, ele sempre foi capaz de descobrir as fraquezas das pessoas e usá-las contra as mesmas, com o único intuito de fazê-las sofrer e sentir ódio por ele, que é a sua verdadeira diversão nessa sociedade que lhe causa tanto tédio. Talvez possa parecer loucura, mas eu não o odiei por nenhum momento... Mesmo que tenha grandes e indiscutíveis motivos para isso.
Esse livro me chocou de uma forma inexplicável e se eu não me importasse tanto em dar mais spoilers, com certeza destacaria cada trecho que me deixou perplexa pela forma tão cruel e calculista que Kevin fora desde criança. O mais incrível é que o pai não percebeu... Ou talvez desejou não perceber até que chegasse a quinta-feira.
Todas as 463 páginas dessa obra-de-arte foram escritas com a genialidade sem fim da Lionel Shriver. Cada informação ou lembrança não foi em escrita em vão - mesmo que tenha parecido tão "pacato"ou exagerado no início - tem uma relação muito forte com o que ele se tornou. Os sinais são tão claros quanto um mar de águas cristalinas. Quando você esperava que nada mais podia me deixar literalmente de queixo caído...
Ela escreve o final mais fodástico que um livro pode ter! Sim, gente, eu não estou exagerando... O final do livro é foda pra caralho! (Desculpem os palavrões, mas não há uma forma mais perfeita para descrever o que senti ao finalizar o livro).
Portanto, é assim que finalizo esse post, com a parte de uma das cenas mais fodas (Desculpem o palavrão de novo! rsrs) do filme, logo após ele terminar o massacre em sua escola.
Acho que não resta duvida de que esse livro entrou para a lista dos meus favoritos, não é?
Espero que tenham curtido.
(Fotos: sohlendo.com)
~~X~~
Devo ressaltar de que o filme - como todos baseados em livros - sempre acabam deixando muitas partes de lado, entretanto isso não impediu do longa ser um dos melhores do ano de lançamento. A atuação de Tilda Swinton e Ezra Miller são fenomenais! <3
Espero que tenham gostado.
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